miercuri, martie 01, 2006

"Falta articular as políticas ambientais entre os concelhos do Grande Porto"

"'Estamos mal. Mas não estamos em nenhuma situação irreversível. Ainda temos muitas coisas boas, muitos recursos para conseguirmos dar a volta.' O diagnóstico é feito por Pedro Macedo, coordenador do projecto que visa definir o Plano Estratégico de Ambiente do Grande Porto, uma iniciativa da Lipor (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto). O trabalho - conhecido como Futuro Sustentável - arrancou em Abril de 2003, conta com a assessoria técnica da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e já passou etapas importantes. Para já, a conclusão do diagnóstico parece ser a 'falta de articulação' entre os nove concelhos envolvidos. Logo, o objectivo geral do Plano de Acção, não é menos ambicioso que o projecto em si: conseguir a articulação nas acções e políticas de ambiente na região.
Promover a sustentabilidade e a qualidade de vida, conciliando uma abordagem técnica com o envolvimento activo dos cidadãos e instituições, no Grande Porto. Esta é a meta anunciada pelo grupo de trabalho, que envolve 120 entidades. 'Não se trata de anunciar uma longa lista de medidas que depois ninguém percebe e acabam por não ser cumpridas', avisa Pedro Macedo, acrescentando: 'Serão medidas concretas, propostas com porquê, como, onde e quando incluído e para avançar a curto prazo'.
A primeira etapa abarcou um incentivo à participação pública, envolvendo mais de quatro mil pessoas da região, metade das quais ouvidas para uma sondagem. Após alguns meses de trabalho, o Futuro Sustentável concluiu o diagnóstico regional que hoje será divulgado. Pegando no exemplo da área da gestão florestal, prevenção de incêndios e conservação da natureza, Macedo avança um dos traços reveladores da análise à região: 'Muitas das pessoas não têm noção, por exemplo, de que 60 por cento desta região ainda é de floresta e de agricultura.' Outro exemplo: as ciclovias. Surpreendentemente, quando foi perguntado se, na área da mobilidade e transportes, preferiam mais estradas e viadutos ou mais ciclovias, a resposta foi para a vontade de pedalar melhor. 'O plano de acção, que só iremos apresentar em Abril, vai ter propostas concretas sobre isto', sublinha.

'Falta o pensar regional'
Hoje também serão discutidos os 'Indicadores de desenvolvimento sustentável para o Grande Porto' - uma síntese que permite a comparação entre os diversos municípios. 'Não se pode, rigorosamente, fazer um ranking dos concelhos no campo do investimento no Ambiente', constata o coordenador do projecto. No entanto, algo parece óbvio: 'Falta o pensar regional. A articulação. Temos muitos projectos mas falta a articulação'. Como resolver? Por um lado, explica Pedro Macedo, poderá ter de ser criada uma 'entidade que coordene este esforço regional'. Talvez a Junta Metropolitana do Porto possa ter esse papel. Até Abril mais uma vez, o projecto reclama pela participação pública. O download dos documentos necessários para apresentar sugestões estará disponível no site com o endereço http://www.futurosustentavel.org/." (Andrea Cunha Freitas- Público, 01/03/2006)

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